Nos últimos anos, as holdings passaram a ser uma das estruturas empresariais mais procuradas no Brasil, tanto por famílias empresárias que buscam proteção e sucessão patrimonial, quanto por empreendedores e investidores que desejam otimizar impostos e consolidar seus negócios.
Mas, afinal, o que é uma holding, como ela funciona na prática e como abrir uma holding no Brasil de forma segura e eficiente?
Neste guia completo da CLM Controller Accounting, você terá a oportunidade de esclarecer todas as suas dúvidas e conferir de perto, os benefícios que esse tipo de estrutura pode oferecer para o seu negócio.
What is a holding company?
The term holding vem do inglês to holdwhich means “controlar” ou “reter”. Na prática, trata-se de uma empresa criada para deter o controle ou a posse de bens e participações podendo ser tanto quotas de outras empresas, quanto imóveis, investimentos e ativos financeiros.
Diferente de uma empresa operacional (que produz ou vende algo), a holding geralmente não tem atividade comercial direta. Seu papel é administrar e organizar o patrimônio de pessoas físicas ou jurídicas, oferecendo benefícios em gestão, sucessão e tributação.
Em outras palavras, uma holding funciona como o guarda-chuva societário de um grupo familiar ou empresarial.
Principais tipos de holding
Antes de abrir a sua, é fundamental entender os diferentes tipos de holdings e suas finalidades. A estrutura ideal depende do objetivo do grupo.
1. Holding patrimonial
Criada para concentrar e administrar bens e patrimônios, como imóveis, veículos, investimentos e participações em outras empresas.
É muito usada para proteger o patrimônio pessoal de sócios e familiares contra riscos jurídicos e tributários. Também simplifica a gestão de ativos e facilita a sucessão.
2. Holding familiar
Voltada para planejamento sucessório e organização do patrimônio de uma família empresária.
Os bens são transferidos para a pessoa jurídica (a holding), e as cotas são distribuídas entre os herdeiros.
Com isso, evita-se o inventário, reduz-se a carga tributária sobre a herança e garante-se a continuidade dos negócios familiares.
3. Holding pura
Tem como única atividade a participação em outras sociedades, sem exercer qualquer outra função operacional ou administrativa.
É a forma mais simples e direta de centralizar o controle societário de empresas.
4. Holding mista
Além de controlar participações societárias, também exerce atividades próprias, como prestação de serviços ou aluguel de imóveis.
É bastante utilizada quando há a necessidade de gerar receita operacional dentro da estrutura.
Por que abrir uma holding
A constituição de uma holding traz vantagens expressivas tanto para pessoas físicas quanto para grupos empresariais.
Entre os principais benefícios estão:
1. Planejamento tributário
- Possibilidade de reduzir a carga de impostos por meio da consolidação de resultados e da tributação via pessoa jurídica;
- Distribuição de lucros isenta de Imposto de Renda para os sócios;
- Aproveitamento de regimes fiscais mais vantajosos, como o Lucro Presumido para holdings patrimoniais;
- Maior previsibilidade tributária em relação à gestão de bens e receitas.
Practical example: Em vez de um empresário pagar até 27,5% de IRPF sobre aluguéis recebidos como pessoa física, a holding patrimonial pode recolher aproximadamente 11% a 14% no Lucro Presumido, gerando economia significativa e totalmente dentro da lei.
2. Proteção patrimonial
A holding separa o patrimônio pessoal dos sócios do patrimônio das empresas operacionais. Isso cria uma barreira jurídica contra eventuais dívidas ou riscos de processos.
Na prática, bens como imóveis e investimentos ficam blindados de riscos comerciais e demandas trabalhistas ou fiscais das empresas controladas.
3. Planejamento sucessório
Com a holding familiar, é possível organizar a sucessão em vida, evitando o inventário.
Os bens são transferidos à pessoa jurídica, e as quotas são distribuídas entre herdeiros conforme regras estabelecidas no contrato social.
Na prática, isso reduz conflitos familiares, garante continuidade administrativa e diminui custos tributários na herança.
4. Governança e controle
A centralização de bens e empresas sob uma holding permite gestão mais eficiente, com:
- Regras claras de administração;
- Estrutura de poder definida;
- Acordos societários que evitam disputas entre herdeiros e sócios.
5. Valorização e perpetuidade
Empresas familiares que se transformam em grupos holding aumentam seu valor de mercado e se tornam mais atraentes para investidores, bancos e fundos.
Além disso, a perpetuidade do negócio é reforçada, pois a sucessão e o controle são pré-determinados.
Passo a passo: como abrir uma holding no Brasil
A seguir, veja o guia prático e completo para estruturar sua holding de forma legal, estratégica e eficiente.
Passo 1: Defina o objetivo da holding
Tudo começa pelo planejamento. A primeira pergunta que precisa ser respondida é: “Por que estou criando uma holding?”
Os objetivos podem incluir:
- Proteção de patrimônio pessoal e familiar;
- Succession planning;
- Controle de outras empresas (participações);
- Otimização tributária;
- Reorganização societária de um grupo econômico.
Definir o propósito é essencial, pois o tipo societário, o regime tributário e até as cláusulas contratuais dependerão dessa resposta.
Passo 2: Escolha o tipo societário
No Brasil, as holdings normalmente assumem duas formas jurídicas:
Passo 3: Estruture o contrato ou estatuto social
O contrato social (no caso de Ltda) or estatuto social (em S/A) é o documento mais importante da holding.
Ele deve conter regras específicas e personalizadas para o propósito da estrutura, como:
- Cláusulas de administração (quem decide o quê);
- Regras de entrada e saída de sócios e herdeiros;
- Proibição de venda de quotas a terceiros sem aprovação familiar;
- Critérios para sucessão e distribuição de lucros;
- Cláusulas de usufruto, incomunicabilidade e reversão (muito usadas em holdings familiares).
Um contrato social bem elaborado é o que diferencia uma holding eficaz de uma estrutura genérica.
Por isso, é essencial que ele seja desenvolvido em conjunto com contadores e advogados especializados em planejamento societário.
Passo 4: Defina e integralize o capital social
Toda empresa precisa de um capital social inicial, que representa o valor aportado pelos sócios.
No caso das holdings, esse capital pode ser integralizado com dinheiro ou bens, como imóveis, participações em outras empresas, veículos ou investimentos.
For example: Uma família pode constituir uma holding com capital social formado por imóveis de aluguel, que passam a ser de propriedade da pessoa jurídica.
Em casos que envolvem bens imóveis, é importante observar:
- Necessidade de avaliação do bem para fins contábeis;
- Possível incidência de ITBI (Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis), embora existam hipóteses de imunidade tributária quando a transferência é feita apenas para integralização do capital, sem atividade imobiliária preponderante.
Passo 5: Faça o registro legal da empresa
Com o contrato social elaborado e o capital definido, é hora de formalizar a abertura da holding.
As etapas são:
- Consulta de nome empresarial in Junta Comercial;
- Elaboração e assinatura do contrato social;
- Registro na Junta Comercial ou Cartório de Registro de Pessoa Jurídica (no caso de sociedades simples);
- Obtenção do CNPJ junto à Receita Federal;
- Cadastro municipal e/ou estadual, se aplicável.
Para holdings patrimoniais puras, normalmente não há necessidade de inscrição estadual, já que não há circulação de mercadorias.
Passo 6: Escolha o regime tributário
A escolha do regime tributário é uma das decisões mais importantes. Os mais comuns para holdings são:
Presumed Profit
- Ideal para holdings patrimoniais, que administram bens próprios;
- A base de cálculo para IRPJ e CSLL é presumida em 32% da receita, o que geralmente resulta em tributação efetiva entre 11% e 14%;
- Exige contabilidade regular e entrega de declarações (como ECD e ECF).
Real Profit
- Obrigatório para holdings com faturamento acima de R$ 78 milhões/ano ou atividades complexas;
- Impostos são calculados sobre o effective net profit, permitindo compensação de prejuízos fiscais;
- Requer escrituração completa e auditoria periódica.
A definição ideal depende do porte, das fontes de receita e da finalidade da estrutura — algo que deve ser feito com apoio contábil especializado.
Passo 7: Regularize as obrigações contábeis e fiscais
Mesmo que a holding não tenha movimentação operacional, ela precisa manter a contabilidade regular e cumprir todas as obrigações acessórias, dentre elas:
- Escrituração contábil completa (balanço, DRE e livros fiscais);
- Entrega de ECD (Digital Bookkeeping) e ECF (Escrituração Contábil Fiscal);
- Emissão de notas fiscais, se houver prestação de serviços;
- Declaração de IRPJ e DIRF;
- Registro de alterações societárias.
Manter a regularidade é fundamental para garantir a legitimidade da estrutura e evitar autuações por parte do fisco.
Custos e prazos para abrir uma holding
Os custos variam conforme o tipo societário, o capital e os bens envolvidos.
De modo geral, envolvem:
- Honorários contábeis e jurídicos para estruturação e elaboração do contrato;
- Taxas de registro na Junta Comercial e cartório;
- ITBI, se aplicável na integralização de imóveis;
- Avaliações patrimoniais e laudos contábeis, quando necessário.
O prazo médio para concluir o processo de abertura costuma variar entre 15 e 45 dias úteis, dependendo da complexidade e dos órgãos envolvidos.
Exemplo de holding familiar na prática
Imagine uma família com quatro imóveis de aluguel e participação em duas empresas.
Hoje, cada bem está em nome dos pais, que temem:
- Exposição patrimonial;
- Conflitos na sucessão;
- Alta carga de imposto sobre o aluguel.
Ao criar uma holding familiar patrimonial, todos os bens são transferidos para a empresa.
As cotas são divididas entre os filhos, e o contrato social estabelece as regras de sucessão e administração.
Resultado:
- IR sobre os aluguéis cai de 27,5% para cerca de 11%;
- Patrimônio fica protegido de riscos empresariais;
- Sucessão fica resolvida, sem inventário.
Manutenção e compliance da holding
Depois de aberta, a holding deve operar com rigor contábil e fiscal. A negligência pode gerar problemas com a Internal Revenue Service, como desenquadramento do regime tributário e autuações.
Boas práticas incluem:
Holding e sucessão familiar: o legado que se mantém no tempo
Um dos maiores diferenciais de uma holding bem estruturada é sua eficiência no planejamento sucessório.
Em vez de deixar que a transferência de bens e empresas ocorra apenas após o falecimento do patriarca ou matriarca, o que normalmente exige inventário judicial, altos custos e longos prazos, a holding permite organizar essa sucessão em vida, com regras claras e controle total sobre o destino do patrimônio.
Os herdeiros passam a ser quotistas da holding, e não proprietários diretos dos bens. Isso simplifica a transição, reduz impostos sobre herança e evita conflitos familiares.
Além disso, o contrato social pode prever cláusulas específicas, como usufruto vitalício, incomunicabilidade das cotas em caso de divórcio e regras de governança que garantem a preservação dos valores da família e a continuidade dos negócios.
Dessa forma, a holding familiar não apenas protege o patrimônio, mas também assegura que o legado construído ao longo de décadas permaneça sólido, bem administrado e em conformidade com a vontade dos fundadores.
Conclusão: sua holding, sua estratégia de crescimento e proteção
Criar uma holding é uma das formas mais inteligentes de organizar, proteger e perpetuar o patrimônio empresarial ou familiar.
Ela permite economizar impostos, garantir segurança jurídica, facilitar a sucessão e melhorar o controle sobre ativos e empresas.
Com o suporte certo, abrir uma holding no Brasil é um processo seguro, legal e altamente vantajoso.
A CLM Controller Accounting atua como consultora estratégica em todo o processo, do desenho da estrutura à gestão contábil e tributária contínua, garantindo que cada etapa seja feita com segurança e eficiência.
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