Evitar processos trabalhistas é uma das maiores preocupações de empresários e gestores de recursos humanos em pequenas, médias e grandes empresas.

Afinal, uma ação judicial malconduzida pode gerar prejuízos financeiros significativos, manchar a reputação da marca e desestabilizar o ambiente interno da organização.

Com a crescente judicialização das relações de trabalho no Brasil, adotar um conjunto de boas práticas de compliance trabalhista é essencial para reduzir riscos legais e garantir uma gestão de pessoas mais segura e eficiente.

Neste guia, reunimos 10 práticas fundamentais para prevenir processos trabalhistas, com orientações claras e aplicáveis ao dia a dia da sua empresa.

O que são processos trabalhistas?

O que são processos trabalhistas

Processos trabalhistas são ações judiciais movidas por empregados ou ex-empregados contra empresas, com o objetivo de reivindicar direitos previstos na legislação trabalhista que, segundo o trabalhador, não foram respeitados durante o vínculo empregatício.

Essas ações são julgadas pela Justiça do Trabalho, que é especializada nesse tipo de conflito, e podem envolver pedidos de verbas não pagas, indenizações por danos morais, reconhecimento de vínculo empregatício, entre outros.

A depender da situação, um único processo pode gerar multas, pagamentos retroativos e impactos significativos para a empresa, tanto no aspecto financeiro quanto na sua reputação no mercado.

Quais são as principais causas de processos trabalhistas?

Antes de pensar em como evitar ações judiciais, é importante entender o que mais motiva os colaboradores a recorrerem à Justiça do Trabalho.

Em boa parte dos casos, os processos nascem não apenas de descumprimentos legais, mas também de falhas de comunicação, desorganização interna e até falta de empatia no ambiente corporativo.

Conhecer as principais causas ajuda a empresa a atuar preventivamente com mais foco e eficiência. Veja abaixo os principais motivos que levam empregados a processarem seus empregadores:

Horas extras não pagas ou mal calculadas

A irregularidade no controle de jornada é uma das causas mais frequentes de ações trabalhistas. Isso inclui:

  • Falta de controle de ponto
  • Jornadas acima de 8 horas sem pagamento de horas extras
  • Descumprimento de intervalo intrajornada
  • Banco de horas mal gerenciado

Muitos colaboradores ajuízam ações exigindo reconhecimento e pagamento de horas extras acumuladas, com reflexos em férias, 13º salário e FGTS.

clm group of people working on a business plan in an office
cropped CLM Controller Site Icon C 512px

Spreadsheet

Employee in the Company

FREE DOWNLOAD

Verbas rescisórias pagas com atraso ou de forma incompleta

Erros no momento da demissão também são recorrentes. Os mais comuns são:

  • Atraso no pagamento das verbas rescisórias (prazo legal é de 10 dias)
  • Cálculo incorreto de férias e 13º proporcionais
  • Não pagamento de multa do FGTS
  • Ausência de entrega de documentos obrigatórios

Essas falhas geram multa adicional e aumentam a chance de o ex-funcionário recorrer à Justiça.

Acúmulo ou desvio de função

Quando o trabalhador exerce funções que não correspondem ao seu cargo original, ou passa a acumular atividades de outros setores sem aumento proporcional de salário, surge o risco de reclamação judicial.

Esse tipo de situação exige atenção redobrada em funções polivalentes ou cargos genéricos, como auxiliares e assistentes.

Assédio moral ou ambiente tóxico

Infelizmente, muitas ações trabalhistas envolvem relatos de bullying, humilhações, cobranças excessivas ou tratamento desrespeitoso por parte de gestores ou colegas.

Empresas que não treinam lideranças e não fiscalizam a cultura organizacional se tornam alvos frequentes de ações por danos morais, com valores que podem ultrapassar os R$ 50 mil por trabalhador.

Falta de registro em carteira (vínculo empregatício oculto)

Contratar como PJ ou autônomo quando, na prática, há subordinação, pessoalidade, habitualidade e onerosidade caracteriza fraude trabalhista.

Nestes casos, os tribunais reconhecem o vínculo empregatício e condenam a empresa ao pagamento de todas as verbas retroativas, além de multas.

10 dicas práticas para evitar processos trabalhistas

dicas práticas para evitar processos trabalhistas

Evitar processos trabalhistas é um dos maiores desafios das empresas brasileiras, especialmente em um cenário onde a legislação é complexa e os erros, mesmo que não intencionais, podem gerar consequências sérias.

Um simples descuido na admissão de um funcionário, no pagamento de horas extras ou no cumprimento de obrigações acessórias pode dar origem a ações judiciais que impactam diretamente o financeiro e a reputação da organização.

A boa notícia é que existem medidas preventivas que podem ser adotadas para reduzir significativamente esse risco. A seguir, confira 10 práticas que sua empresa pode aplicar para evitar processos trabalhistas.

1. Mantenha a documentação e os contratos sempre em dia

Uma das primeiras barreiras contra ações trabalhistas é a documentação bem organizada.

Na prática, isso começa com contratos de trabalho bem redigidos, assinados e atualizados, que descrevam com clareza o cargo, atividades, jornada e benefícios do colaborador.

Além do contrato principal, é importante manter:

  • Aditivos contratuais sempre que houver mudanças na função, salário ou local de trabalho
  • Ficha de registro de empregados 
  • Comprovantes de pagamento e de concessão de férias 
  • Termos de entrega de EPIs e treinamentos 
  • Registros de ponto e acordos de banco de horas

Quando a empresa não possui documentos que comprovem suas obrigações, qualquer alegação do trabalhador ganha força em uma ação judicial.

Já com a documentação correta e atualizada, é possível comprovar que os direitos foram respeitados, reduzindo drasticamente o risco de condenações.

2. Cumpra rigorosamente as leis trabalhistas

A legislação trabalhista brasileira é complexa, mas precisa ser cumprida à risca. Muitos processos surgem de atrasos salariais, cálculos incorretos de horas extras, não pagamento de adicionais ou verbas rescisórias.

Entre os principais pontos de atenção, destacam-se:

  • Pagamento de salários até o 5º dia útil
  • Pagamento de horas extras, adicional noturno, insalubridade ou periculosidade, se for o caso
  • Concessão de férias dentro do prazo legal (12 meses após o período aquisitivo)
  • Depósito do FGTS mensal e correto
  • Pagamento integral das verbas rescisórias no prazo legal (até 10 dias após demissão)

Cumprir as obrigações legais evita não apenas processos, mas também multas administrativas e fiscalizações do Ministério do Trabalho.

Soluções em consultoria trabalhista clm

Descubra nossas soluções em

Labor consultancy

Access now

3. Utilize um controle de ponto transparente e confiável

Um dos principais motivos de processos trabalhistas envolve disputas sobre a jornada de trabalho.

Horas extras não registradas, intervalos suprimidos e banco de horas mal administrado são alvos frequentes de ações judiciais.

Por isso, adote um sistema de controle de ponto que seja:

  • Confiável: Preferencialmente eletrônico, com registros automatizados
  • Transparente: Acessível aos colaboradores, com possibilidade de conferência
  • Regularizado: Em conformidade com a Portaria 671 do MTE, que rege os modelos de controle eletrônico de ponto.

Além disso, oriente os gestores a respeitarem os intervalos obrigatórios e evitarem excessos de jornada, mesmo que o colaborador esteja disposto.

O descumprimento desses direitos pode gerar condenações por horas extras, danos morais e adicional por supressão de intervalo.

4. Treine as lideranças em boas práticas trabalhistas

Muitos conflitos trabalhistas surgem não por erro nos cálculos ou atrasos em pagamentos, mas por falhas de gestão e liderança.

Assédio moral, humilhações públicas, metas abusivas ou demissões sem diálogo são gatilhos comuns para processos.

Por isso, é fundamental que a empresa invista em:

  • Treinamentos periódicos para gestores e coordenadores
  • Capacitações sobre como dar feedbacks construtivos 
  • Orientações sobre como conduzir advertências, suspensões e desligamentos com respeito 
  • Conscientização sobre assédio moral, sexual e discriminação

Uma liderança capacitada reduz conflitos, melhora o clima organizacional e dificulta alegações de abuso por parte da empresa.

5. Tenha um regulamento interno e código de conduta claros

Regras claras ajudam a prevenir problemas. Um regulamento interno bem estruturado e amplamente divulgado a todos os colaboradores estabelece expectativas, evita mal-entendidos e serve como prova em caso de processo.

Esse documento deve abordar temas como:

  • Política de horas extras e banco de horas
  • Regras para uso de uniformes, celulares e computadores
  • Normas de comportamento, ética e respeito
  • Procedimentos disciplinares (advertências, suspensões)
  • Uso obrigatório de EPIs em ambientes de risco

Além do regulamento, o código de conduta reforça os valores da empresa e o compromisso com o respeito e a legalidade.

Ambos devem ser assinados por todos os colaboradores no momento da admissão e atualizados conforme necessidade.

6. Invista na segurança do trabalho

Acidentes de trabalho, doenças ocupacionais e afastamentos por insalubridade são causas recorrentes de processos contra empregadores.

That's why segurança do trabalho deve ser prioridade, tanto por obrigação legal quanto para proteger a equipe.

Algumas práticas essenciais incluem:

  • Manter os laudos de LTCAT, PPRA e PCMSO atualizados
  • Implementar a CIPA quando exigido pela legislação
  • Fornecer EPIs adequados e fiscalizar seu uso
  • Promover treinamentos de segurança regularmente
  • Monitorar ambientes insalubres ou periculosos

Além de prevenir acidentes, essas ações reduzem o passivo trabalhista e protegem a empresa de ações indenizatórias que podem ser milionárias, especialmente em casos de sequelas permanentes.

7. Conduza demissões com ética, técnica e respeito

Muitos processos trabalhistas nascem no momento da demissão. Isso ocorre, principalmente, quando o desligamento é feito de maneira ríspida, sem explicações adequadas ou com falhas no pagamento das verbas rescisórias.

Para evitar esse tipo de situação, siga um protocolo de desligamento estruturado:

  • Realize a comunicação do desligamento com empatia e respeito
  • Explique de forma clara os motivos, especialmente em casos de justa causa
  • Documente o processo com termos de rescisão e entrega de documentos
  • Agende e cumpra corretamente a homologação quando exigida
  • Realize o pagamento das verbas rescisórias dentro do prazo (até 10 dias)

Além disso, sempre analise se a justa causa está devidamente caracterizada. Demissões por justa causa devem ter fundamento legal, provas e proporcionalidade, pois são as que mais geram reversões na Justiça e indenizações por danos morais.

8. Crie canais seguros para denúncias internas

Um fator determinante para prevenir litígios trabalhistas é oferecer ao colaborador meios de resolução interna antes que ele recorra à Justiça. Para isso, é fundamental ter canais de escuta e denúncia confiáveis e acessíveis.

Esses canais devem:

  • Ser sigilosos e permitir denúncias anônimas
  • Ser geridos por áreas imparciais (como compliance ou auditoria)
  • Ter fluxos definidos de apuração e resposta
  • Contar com registros e relatórios internos para auditoria

Com esses canais, muitos problemas podem ser solucionados internamente, de forma rápida e com menor impacto jurídico, além de ajudar a empresa a identificar práticas abusivas antes que virem litígios.

9. Tenha suporte jurídico e contábil especializados

Empresas que contam com uma assessoria jurídica e contábil especializada em legislação trabalhista estão à frente na prevenção de riscos.

Esses profissionais atuam de forma preventiva, identificando pontos frágeis na operação e propondo ajustes antes que virem passivos.

Com apoio técnico, a empresa pode:

  • Elaborar contratos e aditivos com respaldo legal
  • Validar cálculos de rescisões, férias e horas extras
  • Revisar políticas internas e regulamentos à luz da CLT
  • Acompanhar fiscalizações e responder autos de infração
  • Preparar a empresa para ações judiciais, se necessário

Mais do que apenas reagir a processos, o suporte preventivo é o que efetivamente reduz o número de ações judiciais, melhora o compliance e protege o patrimônio empresarial.

10. Faça auditorias trabalhistas preventivas regularmente

Por fim, uma prática essencial para empresas que querem se blindar contra ações judiciais é a auditoria trabalhista preventiva.

Essa análise profunda verifica se os processos da empresa estão em conformidade com a legislação e identifica riscos ocultos.

A auditoria costuma revisar:

  • Documentação contratual e fichas de registro
  • Folha de pagamento e encargos
  • Controle de ponto e banco de horas
  • Laudos e políticas de segurança do trabalho
  • Política de benefícios e adicionais

Com esse diagnóstico em mãos, a empresa pode agir de forma corretiva antes que um problema se transforme em uma ação na Labor Justice.

Empresas que realizam esse tipo de revisão anualmente ou em mudanças estruturais (como fusões, crescimento rápido ou troca de diretoria) minimizam drasticamente o passivo oculto trabalhista.

Em um país como o Brasil, com milhões de ações trabalhistas registradas todos os anos, a melhor estratégia para o empresário é a prevenção.

Não basta apenas pagar salários em dia: é preciso ter processos, políticas e práticas alinhadas com a legislação e com os direitos dos colaboradores.

Empresas que investem em labor compliance, treinamentos, suporte jurídico e auditorias periódicas constroem uma base sólida para crescer com segurança, evitando surpresas desagradáveis e prejuízos que poderiam ser evitados com organização.

Mais do que uma obrigação legal, cuidar bem da relação com seus colaboradores é um ato de inteligência empresarial, e a diferença entre prosperar ou lidar constantemente com passivos que drenam tempo, energia e recursos.

Conte com a CLM Controller para proteger sua empresa de riscos trabalhistas

A CLM Controller é especialista em consultoria trabalhista preventiva, ajudando empresas a estruturarem sua operação com segurança, eficiência e total conformidade legal. Nossa equipe multidisciplinar atua com:

  • Preventive labor audits 
  • Gestão estratégica de folha de pagamento e encargos 
  • Treinamento de gestores e líderes 
  • Elaboração de documentos, políticas internas e regulamentos 
  • Acompanhamento jurídico e suporte a processos administrativos

Evite surpresas desagradáveis. Garanta tranquilidade para você e segurança para sua empresa.

👉 Solicite uma consultoria trabalhista personalizada com a CLM Controller

CLM Controller Facade Close 1
cropped CLM Controller Site Icon C 512px

Upgrade your finances:

Talk to us!

WHATSAPP CHAT


Deixe um comentário

Your email address will not be published. Campos obrigatórios são marcados com *

18 + thirteen =

By continuing, you agree that this website uses cookies only for statistical purposes and functions that enhance your browsing, without personal tracking.
Do you know your company's CET Presumed Profit Tax Reform: what changes and how to prepare What changes with Dual VAT? What is IOF? What is IOF?
Do you know your company's CET Presumed Profit Tax Reform: what changes and how to prepare What changes with Dual VAT? What is IOF? What is IOF?