Nos últimos anos, o Brasil aprovou uma ampla Reforma Tributária, que implicará mudanças significativas a partir de 2026 na forma de calcular impostos para empresas no regime de Beneficio real.

Por exigir escrituração minuciosa de receitas, despesas e créditos tributários, o Lucro Real é considerado o mais sensível às mudanças trazidas pela reforma qualquer alteração em tributos sobre o consumo (como PIS, Cofins, ICMS e ISS) impacta diretamente sua apuração e sua carga tributária.

En 2026 será o marco inicial da implementação da reforma, com a introdução dos novos tributos (CBS e IBS) que irão, gradativamente, substituir PIS, Cofins, ICMS e ISS.

A seguir, detalhamos o que muda no Lucro Real com a Reforma Tributária desde os conceitos do IBS e CBS, os novos créditos e bases de cálculo, o fim do PIS/Cofins, o cronograma de transição até 2032  e o que sua empresa deve ajustar desde já para evitar riscos fiscais e aproveitar oportunidades.

O que muda em 2026 para empresas do Lucro Real

A Reforma Tributária do Consumo traz uma reformulação profunda, implementando gradualmente um modelo de IVA “dual”. Em vez de cinco tributos (PIS, Cofins, IPI, ICMS e ISS), haverá dois principais: a CBS em nível federal e o IBS em nível subnacional (estados e municípios).

As mudanças-chave a partir de 2026 são:

O que muda em para empresas do Lucro Real 
  • Substituição de PIS e Cofins pela CBS: Os dois tributos federais atuais sobre faturamento (PIS/Pasep e Cofins) serão extintos e fundidos em uma única contribuição chamada CBS (Contribución sobre Bienes y Servicios).
  • Unificação de ICMS e ISS no IBS: Em âmbito estadual e municipal, será criado o IBS (Impuesto sobre Bienes y Servicios), que gradualmente substituirá o ICMS (estadual) e o ISS (municipal).
  • Imposto sobre Valor Agregado (IVA) pleno: Tanto a CBS quanto o IBS seguirão a lógica de um IVA moderno. Isso implica base de cálculo ampla (abrangendo praticamente todos os bens e serviços, com poucas exceções ou isenções) e no acumulabilidad total.
  • Créditos mais abrangentes: Com a não cumulatividade plena, haverá muito mais despesas gerando créditos do que hoje. Insumos diretos de produção continuarão gerando crédito, mas além deles, gastos administrativos, serviços tomados, aluguéis, despesas de marketing, tudo que tiver IBS/CBS incidente poderá ser creditado.
  • Redução de regimes especiais e exceções: A reforma busca simplificar o sistema, então muitos regimes diferenciados serão revistos. O modelo da CBS, por exemplo, será uniforme para praticamente todos os setores, acabando com a distinção atual entre regime cumulativo e não cumulativo de PIS/Cofins.
  • Imposto Seletivo (IS): Adicionalmente, foi criado o Fiscalidad selectiva federal, apelidado de “imposto do pecado”, que incidirá sobre produtos específicos prejudiciais (como cigarros, bebidas alcoólicas, bebidas açucaradas, armas, veículos de luxo, etc.). O IS não interfere diretamente no cálculo do Lucro Real da maioria das empresas, pois será restrito a poucos segmentos, mas vale citar que ele não terá caráter de IVA (não gera créditos na cadeia).
Reforma tributaria
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Impacto no cálculo do Lucro Real

Para as empresas no Lucro Real, as mudanças alteram significativamente a forma de apurar os tributos indiretos e impactam até a formação de resultados. Abaixo, exploramos os principais efeitos:

1. Custos mais “limpos” e transparentes

Hoje, muitos gastos carregam impostos que não viram crédito ISS em serviços, ICMS embutido, PIS/Cofins parcialmente recuperável.
Con IBS y CBS, a regra muda: quase tudo gera crédito.

Es decir:

  • O tributo entra na compra e sai como crédito.

  • Custos e despesas ficam registrados líquidos de imposto.

  • O DRE passa a refletir melhor o custo real da operação.

Exemplo simples: energia continua tendo imposto na fatura, mas o crédito é integral. Resultado: custo líquido menor e mais claro.

2. Efeito direto na margem e no lucro

A reforma pretende ser neutra, mas nem todos os setores vão sentir isso igual.

  • Indústrias e comércio tendem a ter impacto moderado, porque já usam crédito de ICMS e PIS/Cofins. Em alguns casos, até melhora por conta de créditos antes proibidos.

  • Serviços puros devem sofrer mais: quem hoje paga ISS (~5%) e PIS/Cofins com pouco crédito vai enfrentar IBS/CBS próximo de 25%.

Se a empresa não conseguir repassar no preço, a margem cai.
Por outro lado, se o lucro diminui, IRPJ e CSLL também diminuem, o que suaviza parte do impacto.

O recado é direto: empresas precisarão recalcular preços e margens já em 2025 para evitar sustos em 2026.

3. Mudanças nos preços e no destaque de impostos

Mudanças nos preços e no destaque de impostos

En facturas, IBS e CBS aparecerão de forma parecida ao ICMS atual.

  • B2B: o cliente toma crédito → imposto tende a ser neutro → repassar custo não gera perda competitiva.

  • B2C: consumidor não toma crédito → preço tende a subir ou a margem cai.

O efeito inflacionário inicial deve aparecer principalmente em serviços e varejo voltados ao consumidor final.

Empresas com contratos longos precisam prever cláusulas de reajuste ou renegociação, senão vão engolir o aumento.

4. Novas oportunidades de crédito

Aqui está um dos maiores ganhos para empresas do Beneficio real.

Com a não cumulatividade ampla, gastos administrativos e serviços indiretos passam a gerar crédito, incluyendo:

  • marketing (hoje sem crédito),

  • logística,

  • energia,

  • serviços auxiliares.

Isso reduz o débito efetivo do IBS/CBS e melhora o resultado.
Mas exige um cuidado: revisar o plano de contas e classificar tudo corretamente para não perder crédito à toa. BI fiscal e simulações vão ser fundamentais para identificar todas as oportunidades.

5. Risco de erro na classificação

Mesmo com regras mais simples, classificar errado traz prejuízo.

Se uma empresa não identifica que determinada operação tem alíquota reduzida ou isenção, ela paga imposto a mais. Se declara isenção onde não existe, toma autuação.

Setores como educação, medicamentos, construção e exportação terão regras específicas. Sistemas de determinação fiscal (tax engines) serão aliados para evitar vacilos.

6. Adequação de sistemas e contabilidade

A chegada do IBS e da CBS exige ajustes imediatos em TI e contabilidade:

  • novas contas contábeis para créditos e débitos;

  • convívio entre dois sistemas tributários (atual + IBS/CBS) entre 2026 e 2032;

  • novos campos na NF-e e na NFS-e;

  • revisão de CFOPs e códigos de tributação.

O começo é mais trabalhoso, mas depois a quantidade de tributos será menor a dor é temporária, o ganho é estrutural.

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Transição 2026–2032

A implementação da reforma não será abrupta; ocorrerá ao longo de vários anos (2026 até 2032), para que empresas e governos se adaptem gradualmente. Os principais marcos dessa transição são:

Año O que muda na prática Tributos vigentes Observações importantes
2026 Teste real oficial: CBS + IBS simbólicos (1%) entram nas notas PIS, Cofins, ICMS, ISS continuam Valor recolhido vira crédito para abater PIS/Cofins; impacto financeiro quase zero
2027 CBS passa a valer de verdade; fim de PIS/Cofins CBS + ICMS + ISS IPI reduzido a zero para quase todos os produtos
2027–2028 IBS piloto (bem pequeno); começa Imposto Seletivo CBS + ICMS + ISS + IS Estados/municípios ajustam infraestrutura; nada muda pesado ainda
2029 Começa a substituição dos impostos regionais 10% IBS + 90% ICMS/ISS Nota fiscal terá 2 linhas regionais
2030 Aumento gradual 20% IBS + 80% ICMS/ISS Complexidade aumenta temporariamente
2031 Continuidade da migração 30% IBS + 70% ICMS/ISS SPED com dupla apuração
2032 Último ano de transição 40% IBS + 60% ICMS/ISS Empresas já estarão bem adaptadas
2033 Sistema novo completo Somente CBS + IBS (+ IS) ICMS e ISS são extintos

2026 — Ano de Testes (CBS 0,9% + IBS 0,1%)

  • A alíquota é simbólica: serve apenas para testar nota fiscal, escrituração e créditos.

  • O valor pago de CBS/IBS será abatido do PIS/Cofins no mesmo período → nenhum impacto financeiro real.

  • Quem cumprir obrigações acessórias corretamente pode até ser dispensado do recolhimento.

  • Objetivo: testar sistemas, ajustar ERP, evitar bugs em 2027.

Tradução empresarial: 2026 é para organizar a casa, não para recalcular preços.

2027 — Entra a CBS e acaba PIS/Cofins

  • A CBS entra valendo com alíquota cheia (cerca de 9%).

  • PIS e Cofins deixam de existir.

  • Créditos ficam mais amplos: tudo que for tributado gera crédito.

  • Empresas devem atualizar declarações (DCTF e EFD-Contribuições deixam de existir).

  • IPI vira praticamente zero, exceto Zona Franca.

Impacto real:
Mais simplicidade, créditos maiores, sistema mais linear — mas precificação precisa ser revisada.

2027–2028 — IBS Piloto + Imposto Seletivo (IS)

  • IBS ainda não substitui ICMS/ISS de verdade.

  • ICMS e ISS continuam com as mesmas alíquotas.

  • IBS aparece em valor quase simbólico para testar o sistema.

  • Imposto Seletivo já funciona para produtos “nocivos”.

Para empresas: muda pouco na carga, mas a operação fiscal começa a ficar híbrida.

2029–2032 — Anos da “Dupla Apuração”

Esses são os anos mais chatos, porque a empresa vai conviver com dois mundos:

  • IBS crescendo

  • ICMS/ISS diminuindo

  • Dois cálculos, dois créditos, duas linhas na NF.

Tabela da migração percentual

Año SII ICMS/ISS
2029 10% 90%
2030 20% 80%
2031 30% 70%
2032 40% 60%

Na nota fiscal (exemplo 2030):

Se a alíquota regional total deveria ser 18%, ela aparece como:

  • 3,6% IBS

  • 14,4% ICMS/ISS

SPED: duas apurações.
ERP: precisa calcular cada parte corretamente.
Crédito: IBS compensa IBS; ICMS compensa ICMS — nada de mistura.

Alerta: Esses são os anos que vão exigir mais TI, mais atenção e mais auditoria interna.

2033 — Novo sistema 100% ativo

Nesse ano:

  • ✖ ICMS e ISS deixam de existir

  • ✔ IBS assume 100% do imposto regional

  • ✔ CBS segue federal

  • ✔ Imposto Seletivo permanece à parte

O Brasil passa, de fato, a operar um IVA dual moderno, com menos obrigações e estrutura muito mais simples.

Existe ainda uma regra de segurança:
se a soma IBS + CBS ultrapassar 26,5%, o governo tem que ajustar.
Então não deve haver “estouro” na carga tributária.

Efeitos Contábeis no DRE durante a transição

  1. 2026–2028: o EBITDA pode “subir artificialmente”, pois CBS entra antes da linha da receita líquida, enquanto PIS/Cofins era despesa operacional.

  2. 2029–2032: lucros e margens oscilam por causa da dupla apuração.

  3. Recomendação: criar relatórios internos comparando:

  • cenário com reforma x sem reforma
  • impacto no fluxo de caixa
  • variações de margem por período

Isso evita sustos e dá base para decisões de preço.

Efeitos Contábeis no DRE durante a transição

Dicas para empresas do Lucro Real

Para aproveitar as oportunidades e mitigar riscos, a palavra de ordem é preparação. Eis um checklist de ações recomendadas para empresas do Lucro Real:

  • Revisar cadastros fiscais (produtos, serviços e fornecedores) Faça um levantamento de todos os seus itens (bens comercializados, insumos adquiridos, serviços prestados e tomados) e verifique se as classificações fiscais estão corretas e atualizadas.

  • Adequar sistemas de TI (ERP, faturamento, fiscal) Entre em contato com os fornecedores de software da sua empresa ou sua equipe interna de TI para implementar as mudanças necessárias.

  • Simular o impacto financeiro e ajustar o planejamento Utilize seu histórico de dados de 2024/2025 para rodar simulações de quanto sua empresa pagaria de tributos no modelo novo.

  • Revisar contratos comerciais e cláusulas tributárias talvez adiante ou postergue investimentos conforme vantagens tributárias, renegocie contratos de longo prazo já prevendo ajustes de imposto, comunique clientes chave sobre possíveis variações de preço em 2027 para evitar surpresa.

  • Buscar apoio especializado e acompanhar a legislação Analise seus contratos com fornecedores e clientes à luz da reforma.

Conclusão: como a CLM Controller pode ajudar

Navegar por todas essas mudanças tributárias pode ser desafiador, mas a Controlador CLM está pronta para ser sua parceira nessa jornada. Somos especialistas em contabilidade e consultoria fiscal, com foco em apoiar empresas do Lucro Real durante a Reforma Tributária. Com nossa ajuda, sua empresa pode transformar obrigações em oportunidade de ganho de eficiência.

Conte com a experiência da CLM Controller a atravessar a Reforma Tributária com segurança. Juntos, faremos do complexo algo simples e manteremos sua empresa sempre em conformidade e competitiva!

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